Texto de FERNANDA MARIA MOUZINHO 

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Já houve tempos em que a monda era feita por ranchos de gente que, com um sacho pequeno, iam retirando as ervas daninhas que circundavam as plantas cujo crescimento era fundamental. Mudaram-se os tempos e a mão-de-obra humana foi substituída por maquinaria e produtos químicos que, por outros métodos, conseguem o mesmo objetivo. Ou seja, é preciso mondar o que não presta e preservar o que está no sítio certo, no momento certo, a cumprir a missão que lhe está atribuída.
Da mesma forma que é vital eliminar as ervas nocivas das sementeiras, também precisamos encontrar forma de controlar alguns espécimes que agem como infestantes.

Para quem se pauta por um transversal saber estar e um natural respeito pelos outros não é fácil descer ao nível dos arruaceiros e seus actos fora da lei. Mas já chegámos a um patamar em que não podemos deixar estes marginais impunes.
Tal como na monda de outros tempos era usado um sachinho pequeno para retirar o que era mau sem danificar o que era bom, também nestes casos de ação criminosa teremos que encontrar um qualquer sacho que os faça pagar pelos seus actos sem prejudicar o que está certo.
Este criminoso está acusado em vários países, já é conhecido das autoridades, já conhece meia dúzia de juizes a quem foi apresentado no dia seguinte aos actos criminosos, mas, espantem-se, continua a entrar nas Praças de Touros e continua a repetir a façanha criminosa. Assim não vamos lá.

Na prática, lamento desiludir os possíveis seguidores do infrator, estes actos em nada mudam o que acontece na Praça de Touros. A dinâmica da Corrida não muda um milímetro. Tudo segue o seu percurso predefinido. No entanto ninguém gosta de assistir a episódios criminosos quando está serenamente num espaço que funciona legalmente e onde tudo acontece dentro das regras do respeito e da educação.
Sabemos que este, e outros do género, são activistas muito bem pagos e até desconfiamos por quem, e não somos ingénuos ao ponto de acreditar que só os move essa dita luta por um suposto bem estar animal. Se a questão fosse só o bem estar da bicharada tinha uns quantos sítios para lhe recomendar uma visita…
Sabemos que, este e tantos outros, estão protegidos por “poderes” e por isso nunca pagam pelos sucessivos crimes que cometem.
Sabemos que, nem este nem outros como ele, nos vão moldar o gosto ou mudar o pensar.
Mas também sabemos que vamos ganhando uma certa revolta por esta agressão à nossa identidade cultural onde somos rotulados de criminosos e os que realmente cometem os crimes ficam impunes.
Tal como a monda livra as sementeiras das infestantes, também os aficionados precisamos de um qualquer sacho que nos livre destes exemplares de ditadores que vivem sem produzir e insultam quem produz….
Fernanda Maria Mouzinho
25-8-2023