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O bom aficionado
Ser aficionado tauromáquico quer dizer mais do que estar interessado em presenciar uma tourada.
Quer dizer ter um sentimento especial por todo o ambiente relacionado com o toiro bravo, com os toureiros e demais intervenientes na tourada ou “corrida de toiros”, como muitos gostam mais de a chamar.
Como a tauromaquia não é uma ciência exacta, os aficionados em geral poderão ter pontos de vista diferentes, não só pela sua cultura taurina mas também porque o entendimento e modo de ver a mesma “faena”, de observar a lide em ângulos diferentes da praça poderá provocar diferentes opiniões. Opiniões que muitas vezes são corrigidas depois de se verem filmes e fotos de uma lide que foi presenciada na praça de toiros.
Assim, poderemos considerar que aficionado está acima de espectador e que “bom aficionado” está mais além do que aficionado. Direi, ainda mais acima.
Poderá dizer-se que o “bom aficionado” é aquele que vê com atenção este seu espectáculo preferido, o que vê muitas corridas de toiros e em diversas praças, que conhece o vocabulário taurino e que sabe estar mais silencioso do que opinativo quando sentado a observar a lide. Enfim, o que se contém sem estar dando recados desnecessários para o toureiro ou forcado que não o pode ouvir e para os outros que no mesmo sector estão sentados a seu lado e que gostariam de assistir ao espectáculo sem serem incomodados com pretensas teorias mais ou menos pedantes e convencidas.
O “bom aficionado” chega com facilidade à conclusão que sabe pouco e considera com apreço todo aquele que serenamente se coloca em frente de um toiro.
O “bom aficionado” não deixa de olhar o toiro durante toda a corrida e considera que tudo tem a ver com a sua bravura, maior ou menor. Com as dificuldades que este apresenta ao lidador e como essas dificuldades são superadas com arte e valentia.
Os conhecimentos do “bom aficionado” são adquiridos ao longo da vida, com muitas conversas de tertúlia, com leituras de crónicas e críticas das corridas a que assistiu. Com leituras e meditação dos textos de livros taurinos, independentemente de concordar ou não com os autores.
O “bom aficionado” deve ler e reflectir no que leu. Ler com atenção.
O “bom aficionado” chega facilmente à conclusão que sabe pouco. Muito pouco.
Do livro “Brinde” – Publicado em 2020 pela Tertúlia Tauromáquica Eborense
Autor : Manuel Peralta Godinho e Cunha