"Há mais de duas décadas, vi (re)nascer a Romaria de Alcamé…") Apontamento de David Fernandes
David Fernandes es un muy cualificado estudioso de las Tradiciones, la Historia, el Arte, la Heráldica y un sin fin de sectores que encierra el siempre apasionante mundo de la Cultura. Fernandes, de Vila Franca de Xira, es amigo de la TRIBUNA da TAUROMAQUIA y asiduo en la red Facebook, donde nos deleita frecuentemente con publicaciones diversas, de actualidad histórica y de gran interés general. La última dice así :
David FernandesALCAMÉHá mais de duas décadas, vi (re)nascer a Romaria de Alcamé…
Na altura, existia uma organização chamada ‘Comissão das Festas da Cidade’, na qual eu era o representante da Paróquia e em que coordenavam vários momentos do mês de Junho, em Vila Franca de Xira. Foi então sugerido pelo Rancho dos Varinos que se pudesse retomar a Festa e Romaria de Nossa Senhora de Alcamé, tida como Padroeira dos Campinos, e alvo de grande devoção das gentes do campo, do Tejo e da Cidade.
A Romaria tem como centro Nossa Senhora, que, nos campos da Lezíria Grande, é invocada, pelo desde o século XIII, como “de Alcamé” (“Patrona Loci”), e a que, mais tarde (provavelmente já no século XVIII), por via popular e, sobretudo na sequência da construção de Ermida-Santuário, num novo local lezireiro, foi associada à invocação da “Conceição de Maria” (cuja imagem actual corresponde a esta representação). A Paróquia, percebendo a dinâmica identitária e devocional de Vila Franca de Xira e do Ribatejo (há várias referências de milagres e graças em seu torno), tudo fez para resgatar a Romaria, que mantém.
A Romaria (a devoção é outra coisa) tinha iniciado no século XIX, com carácter esporádico, com Festa que demorou a fixar-se (mas que originalmente era a 8 de Setembro ou no domingo próximo), e que, tendo sido retomada em meados do século XX, tinha oscilado muito em data… Deu origem a uma Confraria, a Comissões de Festa, etc. Realizou-se com regularidade, entre o início dos anos 40 e o início dos anos 70. Depois, parou e retomou em 2001, tendo-se mantido anualmente, em Junho.
Bem, as circunstâncias do “parto” e da “infância” da Romaria, no início do século XXI, demorariam muito tempo a narrar (só as questões da feitura de nova imagem, levariam uma ‘eternidade’)… Na altura, uma das “necessidades” foi, de um dia para outro, ter um “hino”… Não houve tempo para compor e socorremo-nos de um cântico mariano de Carlos Silva. Fiz a letra numa tarde, escrita dentro da Igreja de Vila Franca, que depois foi “encaixada” nas notas… e lá se tem cantado…
Amanhã, as gentes da “Vila”, os filhos da Lezíria, voltam à “ilha grande”, para, na Emposta de Alcamé, louvar a Maria, senhora do lugar, Nossa Senhora da Conceição e Rainha de Portugal!... Fecho os olhos, e já os ouço cantar!…
Que Nossa Senhora (da Conceição) de Alcamé nos guarde, salve Vila Franca e Portugal!
[Programa 2024 | 22 de Junho: 8H>Saída dos Peregrinos da Igreja Matriz de São Vicente Mártir VFX; 9.30H>Pintura ao vivo pelos Artistas do GART; 10.30H>Chegada dos Peregrinos; Bênção dos Campos e do Gado; 11H>MISSA presidida pelo Pároco de Vila Franca, Padre José Ezequiel; 12.15H>Procissão à volta do Cruzeiro, [o andor de Nossa Senhora de Alcamé é levado em ombros pelos Campinos da Companhia das Lezírias]; 13H>Almoço Convívio; (Animação) 14H-Escola de Toureio José Falcão; 14.30H-Folclore; 15H-Música Coral; 16.30H-Declamação de Poesia; 17H-Fados Religiosos; 19H-Encerramento da Romaria]