Jaime Martínez Amante, nos recuerda con un oportuno texto... que sí este jueves de Corpus aún viviese, el genial Mestre Batista cumpliría 84 años... 

JOSÉ MESTRE BATISTA.
CUMPRIRIA HOJE 84 ANOS.
30 de Maio de 1940 – 17 de Fevereiro de 1985
José Mestre Batista, nasceu a 30 de Maio de 1940, freguesia de São Marcos do Campo, concelho de Reguengos de Monsaraz mais concretamente no Monte do Bonical.
Apresenta-se em público em Fevereiro de 1953, com treze anos, na Praça de Toiros de Mourão, no decorrer das Festas em Honra de Nossa Senhora das Candeias.
Ao fim de cinco anos como cavaleiro amador, José Mestre Batista recebe a alternativa de cavaleiro profissional a 15 de Setembro de 1958 na Praça de Toiros Daniel de Nascimento na Moita depois de lhe ter sido reprovado (caso único) três meses antes a 19 de Julho na Praça de Toiros do Campo Pequeno em Lisboa.
Aprovado, na alternativa na Praça de Toiros Daniel do Nascimento na Moita do Ribatejo, desta vez por unanimidade, o cavaleiro teve como padrinho D. Francisco Mascarenhas.
A sua primeira corrida como profissional foi na Praça de Toiros da Chamusca em Outubro, saindo triunfador.
Aos poucos, o público começou a render-se ao seu novo modo e conceito de tourear assistindo-se a uma verdadeira revolução no toureio a cavalo.
Arrastando multidões, pisando terrenos até então proibidos que culminavam com os famosos “Ferros á Batista”, instituiu um estilo próprio que veio influenciar a maioria dos cavaleiros das gerações posteriores.
Além do seu estilo de tourear, José Mestre Batista revolucionou - estava-se nos anos 60 - também o vestuário, tendo adotado o uso de casacas mais curtas, leves e ligeiramente cintadas, calções brancos e sem meias a tapar os joelhos. Conservou contudo o uso do tricórnio durante toda a lide.
A sua popularidade era tanta que em 1966, gravou um disco com o tema “Cortesias” com letra e música de Frederico de Brito, acompanhado pela Orquestra de Manuel Viegas. No dia da apresentação e lançamento do pequeno 45 Rpm, a baixa Lisboeta paralisou, tal eram os milhares de populares que compareceram para verem o seu ídolo.
Para além de Portugal, Mestre Batista toureou em Angola, Moçambique, Macau, Espanha e França.
Durante a sua carreira recebeu e guardou mais de 5000 cartas de fãs, algumas endereçadas apenas a José Mestre Batista, Portugal.
Dos momentos menos bons destacam-se as colhidas graves nas Praças de Toiros de Santarém, Espinho, Almeirim e Vila Viçosa e o facto de a 26 de Novembro de 1967, devido às inundações ter perdido alguns dos seus melhores cavalos, entre eles o “Tirol” e o “Talismã”.
Como a maioria dos cavaleiros era um homem de fé e a sua imagem de devoção a Nossa Senhora D’Aires. Na sua igreja em Viana do Alentejo, frequentemente mandava depositar as flores que recebia nas corridas.
Casou em casa do seu apoderado Inácio Saraiva em Lisboa, às 16 horas do dia 9 de Outubro de 1973, pelo civil, com Emeletina Maria de Lima Duarte Boiça e toureou à noite a corrida da Feira de Vila Franca de Xira.
A 31 de Dezembro do mesmo ano (1973) celebrou o casamento religioso na Basílica de Santo António em Pádua na Itália.
No dia 22 de Julho de 1975 nasce o seu único filho João Miguel Duarte Boiça Mestre Batista sendo batizado na sua querida igreja de Nossa Senhora D’Aires em Viana do Alentejo.
José Mestre Batista faleceu de um ataque de asma, seguido de paragem cardíaca a 17 de Fevereiro de 1985 em Zafra, Espanha na companhia de sua mulher e filho.
Repousa no cemitério de Vila Franca de Xira em mausoléu.
Foi condecorado a título póstumo, a 24 de Agosto de 1985, pelo Presidente da República General António Ramalho Eanes, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Na sua terra natal, São Marcos do Campo, em Julho de 2009 a junta de freguesia, inaugurou uma estátua equestre na rotunda da entrada da aldeia.
Em Junho de 2011 a Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz atribuiu á Praça de Toiros local o seu nome.
Também em Reguengos de Monsaraz mas no dia 30 de Maio de 2014, data em que se assinalou o 74º aniversário do seu nascimento, foi inaugurado o Museu José Mestre Batista, que acolhe o espólio mais relevante de José Mestre Batista.