Crónica de Jaime Martínez Amante. Regressou à Vila da Benedita a sua anual corrida de toiros, cumprindo-se no passado domingo a sua 18ª ediç...
Crónica de Jaime Martínez Amante.
Regressou à Vila da Benedita a sua anual corrida de toiros, cumprindo-se no passado domingo a sua 18ª edição.
Uma iniciativa louvável e a manter, a cargo de uma Comissão taurina
da Associação dos Bombeiros Voluntários da Benedita, encabeçada pelo
empreendedor e aficionado João Guerra.
A “figura” da corrida foi um imponente curro de Fontembro, digno de
qualquer praça de toiros no mundo. De apresentação e trapio impecáveis
diversificaram o seu comportamento com o 1º e 6º a mansearem e a colocar
a prova os respetivos cavaleiros. Nota alta para o lidado em 4º lugar.
Numa tarde de muito calor e com o respetivo recinto preenchido em ¾
forte abriu a função o veterano cavaleiro Marco José, que perante um
manso lidavél, que empurrava forte por detrás, executou uma lide, mais
técnica que artística evoluindo de menos a mais e terminando com um
soberbo ferro em sorte de violino. Os anos de trajeto profissional e o
conhecimento adquirido, foram essenciais para a lide do primeiro de
Fontembro
A Sónia Matias tocou o segundo da função com investidas alegres,
com força e muita pata. A saída rematou fortemente contra um burladero e
não sendo visível de imediato, partiu um pitón . “La Rubia Guerrera”
colocou ainda dois compridos com a alegria que sempre a caracterizou,
mas o toiro foi recolhido de imediato, não havendo neste caso a
possibilidade da lide do sobrero.
Paulo Jorge Santos é o cavaleiro da Benedita. Os triunfos ali
conquistados em edições anteriores elevam a sua popularidade e prestígio
localmente.
Após a ferragem comprida, num gesto bastante aplaudido e de
altíssima profissionalidade, convidou a sua colega Sónia Matias a
compartilhar a lide nos ferros curtos.
Entre os dois “ginetes” desenvolveu-se uma lide movimentada, alegre e emotiva. Praça ao rubro e momentos de bom toureio.
O melhor Fontembro tocou Gonçalo Fernandes, que bregou a gosto, com
alegria, esteve toureiro na escolha dos terrenos, perfeito nas reuniões
e na cravagem com o melhor ferro da corrida, um curto, em terrenos e
reunião quase impossível. Ganha espaço o jovem toureiro de Seia,
herdeiro da Dinastia Fernandes. Um toureiro a merecer mais
oportunidades.
O quinto da tarde era um toiro cobiçoso, com pata e investidas, ora
por direito ora descompostas. Marcelo Mendes teve dificuldades em
adaptar-se às condições de lide do seu oponente, o que não invalida uma
lide alegre sempre procurando o seu próprio conceito de toureio. Colhido
aparatosamente junto às tábuas, em nada prejudicou terminar a lide com
uma atuação positiva.
Encerrou a função, David Gomes perante outro imponente toiro, que
cedo procurava e se fechava em tábuas. O toureiro da Malveira
entregou-se de alma e coração, suportando as investidas descompostas e
perigosas do Fontembro. Com conhecimento e presença toureira desenvolveu
uma lide algo arriscada mas extremamente positiva.
Tarde de muito apuro para a rapaziada da jaqueta das ramagens. Os
Fontembro puseram a prova, desde o primeiro ao último minuto a coesão
dos três grupos de forcados, em praça.
Amadores de Tomar, Académicos de Elvas e Amadores do Clube Taurino
Alenquerense, com Paulo Sousa a protagonizar a pega da tarde, com uma
vistosa consumação à primeira tentativa.
Uma corrida para fazer aficionados...
Fotos : Nuno J. Ferreira