O “CABALLITO” DO NÚMERO FINAL Por Jaime M. Amante. O toureio a cavalo conta com três séculos de História. Foram anos em que em plena arena ...
O “CABALLITO” DO NÚMERO FINAL
Por Jaime M. Amante.
O toureio a cavalo conta com três séculos de História. Foram anos em que em plena arena experimentava-se emoções, alardes de valentia e momentos de rara beleza. Nestes três séculos os cavaleiros em Portugal e os rejoneadores na vizinha Espanha, depuraram a técnica adaptando-a à sensibilidade de uma sociedade cada dia mais exigente, quer em termos artísticos quer em termos culturais.
Rompeu-se com estereótipos estabelecidos e adaptou-se o toureio a cavalo ao gosto dos aficionados num cocktail de bem montar, sortes bem executadas com decoro e elegância e essencialmente com “toreria”.
Atualmente, de um equilíbrio natural entre a doma, a equitação e o toureio, chegou-se a um patamar artístico rico de coisa nenhuma.
É confrangedor assistir, em especial na vizinha Espanha a uma corrida de rejoneio em que o básico do toureio a cavalo deixa de existir para dar lugar a uma teatralização equestre em que o fundamental é cortar orelhas e rabos, recorrendo a todos os meios possíveis quer na forma, quer no conteúdo.
Por enquanto, escapam a esta nova tendência, as grandes figuras do toureio a cavalo e os cavaleiros portugueses que teimam em fazer temporada espanhola. É difícil não ser contaminado por esta nova estirpe do triunfo fácil. Até quando... não se sabe.
Na atualidade, qualquer jovem rejoneador espanhol, possui na sua quadra o “caballito” do número final, da apoteose, a montada que vai render uma espécie de “taurocoin”, moeda virtual compradora de triunfos mas sem qualquer valor artístico.
Perdeu-se o sentido de ética no toureio. Em Espanha, na bolsa artística do toureio a cavalo, as cotações estão em valores negativos.
Basta ter o caballito certo para no momento da volta à arena, após o toiro “apuntillado”, intercalar, cabriolas, um ou outro “piafé” manhoso e pôr a respetiva montada andar apoiada apenas nos membros posteriores.
Vale tudo para um triunfo de coisa nenhuma.
Caminha-se para a vulgarização do toureio a cavalo na vizinha Espanha.
Nunca foi tão fácil triunfar, cortar orelhas e sair em ombros.
Lenços brancos, muitos mas mesmo muitos….
Por Jaime M. Amante.
O toureio a cavalo conta com três séculos de História. Foram anos em que em plena arena experimentava-se emoções, alardes de valentia e momentos de rara beleza. Nestes três séculos os cavaleiros em Portugal e os rejoneadores na vizinha Espanha, depuraram a técnica adaptando-a à sensibilidade de uma sociedade cada dia mais exigente, quer em termos artísticos quer em termos culturais.
Rompeu-se com estereótipos estabelecidos e adaptou-se o toureio a cavalo ao gosto dos aficionados num cocktail de bem montar, sortes bem executadas com decoro e elegância e essencialmente com “toreria”.
Atualmente, de um equilíbrio natural entre a doma, a equitação e o toureio, chegou-se a um patamar artístico rico de coisa nenhuma.
É confrangedor assistir, em especial na vizinha Espanha a uma corrida de rejoneio em que o básico do toureio a cavalo deixa de existir para dar lugar a uma teatralização equestre em que o fundamental é cortar orelhas e rabos, recorrendo a todos os meios possíveis quer na forma, quer no conteúdo.
Por enquanto, escapam a esta nova tendência, as grandes figuras do toureio a cavalo e os cavaleiros portugueses que teimam em fazer temporada espanhola. É difícil não ser contaminado por esta nova estirpe do triunfo fácil. Até quando... não se sabe.
Na atualidade, qualquer jovem rejoneador espanhol, possui na sua quadra o “caballito” do número final, da apoteose, a montada que vai render uma espécie de “taurocoin”, moeda virtual compradora de triunfos mas sem qualquer valor artístico.
Perdeu-se o sentido de ética no toureio. Em Espanha, na bolsa artística do toureio a cavalo, as cotações estão em valores negativos.
Basta ter o caballito certo para no momento da volta à arena, após o toiro “apuntillado”, intercalar, cabriolas, um ou outro “piafé” manhoso e pôr a respetiva montada andar apoiada apenas nos membros posteriores.
Vale tudo para um triunfo de coisa nenhuma.
Caminha-se para a vulgarização do toureio a cavalo na vizinha Espanha.
Nunca foi tão fácil triunfar, cortar orelhas e sair em ombros.
Lenços brancos, muitos mas mesmo muitos….