Luis Rouxinol Jr., Académicos de Coimbra e "Juanito"... os novos conquistadores de Abiul
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Salida en hombros de Juanito en Abiul
Texto de JAIME M. AMANTE, enviado especial en Abiul
Fotos de ROSALEA RYAN (em ampliación en próximas horas).
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LUÍS ROUXINOL JR, FORCADOS ACADÉMICOS DE COIMBRA E “JUANITO”,OS NOVOS CONQUISTADORES DE ABIUL.
A região centro do país tem uma Catedral do Toureio e essa chama-se Praça de Touros de Abiul.
Sem querer parafrasear o Maestro Luís Rouxinol, reconheço que Abiul não é melhor, nem pior... é na realidade diferente, assim afirmou o toureiro de Pegões quando no início da corrida se dirigiu ao público presente.
Comparo, acentuando as respetivas diferenças, a Praça da Serra de Sicó com Barrancos. A ambas, a que ir nem que seja uma vez …
Eu adoro as duas…
Ontem, debaixo de uma temperatura infernal, realizou-se a segunda corrida da Feira taurina de Abiul e foi tarde para homenagear a Dinastia Rouxinol.
Luís Rouxinol, esteve à altura da sua trajetória, com alegria, entusiasmo e atrevimento. A sua primeira lide teve muita personalidade no seu toureio. Uma lide baseada na técnica e na “Toreria” sem no entanto atingir o triunfo grande.
No segundo, tudo foi diferente, voltamos a ver o Rouxinol pai, toureiro, profissional, guerreiro e a não deixar perder a “contenda” com o seu herdeiro taurino. Terminou a lide com um par de bandarilhas de muito bom nível.
O primeiro que me apraz mencionar é a evolução técnica de Luís Rouxinol Jr. A sua primeira atuação foi disso exemplo, correto na escolha dos terrenos e na maneira como abordava o de Falé Filipe, conduzindo-o numa brega de altíssimo nível. Reunião e cravagem de nota alta.
Mas, foi no seu segundo, que Luís Rouxinol Jr, marcou a diferença. Raça, valor, determinação e demonstração clara que, em cada tarde, não está disposto a “ perder nem a feijões” . Lide de menos a mais a terminar com nota alta.
Os Forcados Amadores Académicos de Coimbra, conquistaram ontem, definitivamente a Praça de Touros de Abiul. Quatro pegas de referência, baseadas num estatuto de coesão, responsabilidade, simplicidade, amizade, espírito de grupo e classe, muita classe espalhada na arena de Abiul.
Foram caras Martim Rodrigues, João Tavares, Gonçalo Costa e Francisco Gonçalves. Todos deram volta à arena e Gonçalo Costa chamado ao centro da arena para uma monumental ovação. Um pequeno reparo. Os primeiros ajudas em duas ocasiões mereciam também volta a arena.
O matador João Silva “Juanino” foi outro conquistador de Abiul. Chegou, viu, não bandarilhou (nunca o fez) e venceu.
No seu primeiro, que mereceu volta na companhia do ganadeiro, vistosa série de verónicas e um cingido quite por chicuelinas. Na muleta, no início a faena provou o oponente e depois séries pela esquerda e pela direita, num toureiro pausado e de bom nível, principalmente em redondo. Juanito chega ao público e foi fácil a adesão do mesmo, a faena do diestro português.
Mas foi no segundo, que aparentava alguma debilidade, que Juanito, expôs todo o seu argumento toureiro. Em séries curtas bem desenhadas a meia altura colaborando e cuidando do seu toiro, Juanito esteve em toureiro por ambos os pitóns. Tecnicamente João Silva esteve ao mais alto nível. Terminou com adornos de vária ordem que agradaram ao público presente. No final da corrida foi meritoriamente sacado em ombros.
Encerrou a função Gonçalo Alves perante um “eral” de Falé Filipe. O jovem toureiro é um lutador curtido, pelas várias novilhadas em que já participou. Alegre com o capote -recebeu o seu oponente com uma larga afarolada- foi nas bandarilhas -o segundo par é extraordinário- que conquistou o conclave. Triunfo agradável a confirmar que está no caminho certo.
O curro de Falé Filipe, voltou a honrar a divisa alentejana. Bem apresentados, com mobilidade, temperamentais quanto basta e a pôr a prova a capacidade dos artistas. O segundo da tarde o de menos codicia e bravura.
Como nota final, os toiros lidados a pé foram “indultados”, regressando aos pastos da Herdade das Covas, e nos Amadores Académicos de Coimbra, a primeira “fardação” de António Pinto Bastos Jr de apenas 15 anos de idade, que se junta assim a seu irmão Gustavo Pinto Bastos, também elemento do Grupo da Jaqueta Azul.
António Pinto Bastos, pai de forcado, sofre e neste caso em dose dupla.