Llegó el sábado, la "corrida dos 3 maestros" y... de 2 grandiosos grupos de forcados : noche de lujo en Nazaré

TRIBUNA da TAUROMAQUIA - Fuentes : forcadosdesantarem.com / forcadosdemontemor.com / Doses de Bravura /

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Finalmente : Nazaré, este sábado, 22:15 horas, "a corrida dos 3 maestros" y... con 2 grupos de forcados magistrales: porque hablar de los amadores de Montemor y de Santarém, es hablar de lo mejorcito en el territorio de los moços de forcado en las corridas de toros en Portugal.

Hablamos de los 3 maestros, hablamos de los toros de Passanha y... resaltamos hoy la presencia en la gran corrida de Nazaré de estos 2 enormes grupos de forcados. Santarém y Montemor están en lo más alto, en calidad, en estado de forma, en brillantez y... esta noche de sábado van a rivalizar en un cara a cara apasionante, tres toros para cada grupo.


GRUPO DE FORCADOS AMADORES DE SANTARÉM
Dobrado o centenário desde a sua fundação e com a herança de ser o mais antigo Grupo de Forcados Amadores de Portugal, assumem com o maior gosto a sua responsabilidade na divulgação, promoção e dignificação dos Forcados Amadores em geral, e do Grupo de Santarém em particular.

No início do século XX, época na qual as pegas estavam sobretudo a cargo de Grupos de Forcados Profissionais, que cobravam pela sua participação nas corridas, começaram a surgir alguns grupos de amadores, não organizados, que pegavam em alguns espectáculos.
Corria o ano de 1915 e a jovem República vivia um clima de agitação política até então nunca antes vivida. Uma alternância instável de políticas, ideias, rumos, prioridades.
Neste ambiente social gera-se uma certa hostilidade contra os costumes antigos, e a “tourada”, na sua acepção tradicional e fidalga, não foi excepção. As empresas utilizavam toiros já corridos, e o toureio teve de se adaptar a esta realidade.
Por seu turno, os moços de forcado que existiam na altura eram quase todos profissionais, embora vivessem quase sempre com dificuldades:
“Vivem disto. São homens pobres. A pequena quantia recebida é dividida por todo o Grupo, ficando o cabo com o quinhão maior. O que ganham não dá nem para um bilhete de comboio em terceira classe. É frequente vê-los a vender a lotaria nacional à porta das praças…. e a fazerem colectas nos intervalos das corridas utilizando um capote de toureio para recolher as moedas que o público lhes atira. Quando há gente importante na barreira, já se sabe a quem é brindada a pega! Voa o barrete e o brinde na esperança de que volte recheado de cobres.” (in “Grupo de Forcados Amadores de Santarém – Os Primeiros 100 Anos”, de Maria João Lopo de Carvalho)
E foi neste contexto que o Grupo de Forcados Amadores de Santarém deu os seus primeiros passos.
Num destes grupos, que se anunciava do Ribatejo, comandado por Jayme Godinho, pontificava um valoroso forcado chamado António Gomes de Abreu. Com António Abreu, um jovem de apenas 17 anos, nasceu um novo modelo que romperia com o profissionalismo vigente e chegaria à Festa dos nossos dias e que está na origem do espírito que preside a todos os Grupos actualmente existentes. Para este Grupo, a pega é um gesto que não tem preço, é um grito de verdade, de entrega...
Apresentaram-se pela primeira vez em publico na antiga praça de Almeirim, com um êxito que ficou assinalado, numa corrida em que pegaram 10 toiros: 5 de António Branco Teixeira e 5 de Ribeiro Telles, toureados por David Godinho e D. Alexandre Mascarenhas “Fronteira”.
Fizeram parte da primeira formação: Diogo do Rego, João da Costa, Manuel Esteves, Joaquim de Aguiar, Miguel Calado, João Figueiredo, Fernando de Vasconcellos, José Maria Antunes, José Maria Pedroso, Casimiro Igrejas e o já referido António Abreu. Provavelmente nenhum deles imaginaria a epopeia que estavam a iniciar!
António Abreu foi cabo 30 anos, durante os quais o prestigio, a fama e o número de elementos que passaram pelo Grupo de Santarém não parou de crescer. Já nesta altura o Grupo de Santarém era um Grupo Nacional com forcados vindos de todas as regiões de Portugal. Mais do que em qualquer outro Grupo até aos dias de hoje o Grupo de Forcados Amadores de Santarém foi portador desta característica de ter entre os seus elementos forcados naturais de muitos lugares além de Santarém.
Em 1945 D. Fernando de Mascarenhas recebeu a chefia do Grupo. Além de ter mantido inabalado o espírito do mesmo, foi também fundamental no acompanhamento da evolução do toiro bravo, aproveitando-a para guindar a pega à categoria de arte do toureio, estabelecendo os terrenos, o cite de largo, o recuo e o momento da reunião.
Em 1948 tornou-se cabo Ricardo Rhodes Sérgio, verdadeiro ícone de amor ao Grupo de Forcados Amadores de Santarém. Com uma dedicação inigualável acompanhou muitas gerações de forcados ao longo dos 33 anos que vestiu a nossa jaqueta, elevando o Grupo a padrões de qualidade nunca antes vistos e, em especial, vincando o espírito de família que o Grupo já se tinha tornado.
Em 1965, reconhecendo o seu papel e a importância de que se havia revestido ao longo dos seus primeiros 50 anos de vida, o Presidente da Republica de então, Almirante Américo Tomás, condecorou o Grupo de Forcados Amadores de Santarém.
Depois de Ricardo Rhodes Sérgio, coube a José Manuel Souto Barreiros a chefia do Grupo. Mesmo na atribulada década de 70, os Amadores de Santarém continuaram a destacar-se quer dentro quer fora da praça mantendo o nível a que tinham habituado os aficionados. Também nesta fase o Grupo fez as suas primeiras digressões ao estrangeiro, espalhando por outros lugares a arte de pegar toiros.
Posteriormente, em 1979, tomou o comando do Grupo Carlos Empis que assegurou uma importante fase de transição do Grupo. O período em que o capitaneou, apesar de curto, não deixou de ser marcante.
Em 1981 tornou-se Cabo Carlos Grave, com pouco mais de 20 anos. Mais do que nunca se nota no Grupo a característica de os filhos seguirem os passos dos pais, sucedendo-lhes no gosto de pegar toiros: Abreu, Mascarenhas, Murteira, Grave, Goes, Neto, Souto Barreiros, Gameiro, Paim, Megre, Lebre, Sepúlveda, etc. são apelidos que se vão repetindo nos cartazes ao longo de gerações.
Tal como nas bodas de ouro, o Grupo foi novamente condecorado, em 1990, pelo então Presidente da Republica Mário Soares, por ocasião do 75º aniversário.
Em 1996, na Monumental Celestino Graça, torna-se Cabo Gonçalo da Cunha Ferreira que conduziu os destinos do Grupo ao longo de seis épocas. Além de ser um forcado difícil de igualar, tais os seus méritos, o Gonçalo conseguiu continuar a transmitir os valores nos quais se construiu a História do Grupo de Santarém, mantendo-os válidos e actuais mesmo para as novas gerações cada vez mais urbanas e desligadas de manifestações culturais tradicionais como é a arte de pegar toiros.
No final do seu percurso como Cabo foi ainda um dos principais impulsionadores da formação da Associação Nacional de Grupos de Forcados, entidade que se espera cada vez mais importante na defesa e preservação da Cultura e do Espirito dos Forcados Amadores. Em representação do Grupo de Santarém, e por decisão unânime dos Grupos Associados, foi escolhido como Presidente da primeira Assembleia-geral da Associação.
Gonçalo passou, em 8 de Junho de 2002 o testemunho para Pedro Figueiredo “Graciosa”, forcado experiente e completo, que se tornou assim no oitavo Cabo do Grupo de Santarém. O Pedro veio a desempenhar exemplarmente esta função durante seis importantes épocas, caracterizadas por inúmeras corridas de compromisso, mas também pelo fortalecimento do espírito de união, solidariedade e abnegação já existente no seio do Grupo.
Em 14 de Junho de 2008, num momento importante da já larga História do Grupo de Santarém, marcado por mais um processo de renovação de gerações, tornou-se Cabo Diogo Sepúlveda, abrindo praça de forma brilhante na Monumental Celestino Graça. Nascido na freguesia de Marvila (como aliás António Abreu, o cabo fundador do Grupo) Diogo Sepúlveda cresceu numa família em que a afición aos toiros só era superada pela devoção ao Grupo de Santarém. Com um percurso notável como forcado – ousado, perfeccionista, poderoso – e um nome reconhecido na sua área profissional, a sua escolha como cabo foi por todos vista como acertada e natural. Durante as 8 épocas em que esteve à frente do Grupo de Santarém, Sepúlveda manteve inalterados a matriz e os princípios que estão na génese da sua fundação em 1915, não deixando contudo de lhe apor um cunho pessoal.
No âmbito das celebrações dos primeiros 100 anos ininterruptos de actividade, em 2015, comandou o Grupo de Forcados Amadores de Santarém quando lhe foi atribuída a medalha de Ordem de Mérito, pelo Conselho das Ordens de Mérito Civil. Liderando através do exemplo e do sentido de responsabilidade, marcou com raça uma geração que tudo fez para estar à altura deste Grupo centenário.
A 10 de Junho de 2016 torna-se Cabo João Grave, natural de Évora cidade onde nasceu no ano de 1989. Antigo aluno do Colégio Militar, a “herança” paterna Murteira Grave ligou-o desde sempre à tauromaquia e ao Grupo de Santarém em particular. Desde que se estreou pelo Grupo de Santarém, tem vindo a crescer como forcado e a tornar-se gradualmente numa das referências da sua geração. Avesso a protagonismos, calmo e determinado, é reconhecida por todos a sua entrega ao seu Grupo e aos valores que o notabilizam. Foi o décimo Cabo do Grupo de Santarém, numa bonita história que já dobrou o seu primeiro centenário, juntando-se a um rol de nomes ilustres que têm vindo a engrandecer Portugal e a Festa dos toiros.
No dia 10 de Junho de 2023, Francisco Maria Vaz de Almada Pereira de Figueiredo torna-se Cabo. Natural de Idanha-a-Nova, nascido a 4 de Março de 1996. A “herança” paterna Graciosa ligou-o desde sempre à tauromaquia e ao Grupo de Santarém em particular. Determinado, dentro de praça e na sua preparação, o Francisco tem vindo a crescer no Grupo como ser humano e forcado, tornando-se uma referência dentro dos activos. É reconhecida por todos a sua entrega ao Grupo de Santarém, e aos valores que o notabilizam há mais de cem anos.
Actualmente são cerca de 35 forcados no activo com uma média de idades perto dos 25 anos, herdeiros dos mais de 500 Homens que escreveram a sua história. Tenhem ainda, e sempre, o Grupo do Futuro com os elementos mais novos que sonham ser aqui forcados.
Num mundo diferente, perante novos desafios, o Grupo actual sente-se honrado por tentar preservar a mesma matriz dos seus fundadores.

GRUPO DE FORCADOS AMADORES DE MONTEMOR
Considera-se que a primeira apresentação do Grupo de Forcados Amadores de Montemor teve lugar no dia 4 de Setembro de 1939 na praça de toiros da vila de Montemor-o-Novo.
Numa garraiada a favor do asilo Montemorense reuniram-se para pegar os novilhos um grupo de jovens forcados: como cabo Simão Malta acompanhado por Feliciano Reis, João Manuel Malta, José Antas Joaquim Capela, Francisco de Castro e Cipriano Palhinha. É a estes jovens que nós devemos a origem da instituição que é hoje o Grupo de Montemor.
Foi nessa tarde de 1939, que se iniciou algo que se mantém bem vivo nos nossos dias. Com a aficion desse punhado de bravos formou-se um grande Grupo de Forcados e um verdadeiro Grupo de amigos.
Daí para cá, nestes anos que já passaram já envergaram a sua jaqueta rubra mais de 320 elementos, tendo o Grupo participado em espectáculos em todos os continentes, honrando a sua cidade, o Alentejo imenso onde estão inseridos e por diversas vezes o seu próprio país.
É a Simão Malta, o primeiro cabo, que se ficou a dever a oportunidade de tantos se conhecerem, cimentarem amizades profundas, viverem momentos grandiosos nas arenas e fora delas, tendo desde logo conseguido dar ao Grupo uma projecção nacional.
Simão Malta deixou o comando no final da temporada de 1945, tendo passado o testemunho a Manuel de Sousa Nunes que, de 16 de Junho 1946 até ao final de 1948 permaneceu à frente dos montemorenses. Em 1949 e 1950 Simão Malta voltou de novo a dirigir o Grupo, ele que, mesmo no tempo de Sousa Nunes, continuou sempre a pegar.
Seguiu-se um interregno de quatro temporadas 1951, 52, 53 e 54 em que apenas actuou numa corrida em 1952 numa tentativa de continuação do Grupo. Mas só em 1955 em 10 de Abril, de novo em Montemor, o Grupo reapareceu sob o comando de Américo Chinita de Mira que foi seu cabo nessa temporada, tendo abandonado o Grupo e a sua chefia em 3 de Setembro de 1956 na mesma praça.
Na corrida seguinte, em 7 de Outubro, na praça de Évora assumiu o Grupo Joaquim José Capoulas. A sua liderança manteve-se por mais de 14 anos, até ao final de 1970.
Em 4 de Abril de 1971, na praça de Beja, António José Zuzarte foi o novo cabo, dirigindo os destinos dos montemorenses até ao dia 2 de Setembro de 1979, onde na praça de Montemor e depois de pegar um toiro de cernelha com Simão Comenda, despiu a jaqueta e entregou-a a João Eduardo Cortes que, nessa mesma noite, comandou o Grupo pela primeira vez, na praça de toiros de Estremoz, a terra que o viu nascer.
Manteve-se João Cortes no comando do Grupo até 2 de Setembro de 1984, onde na mesma arena de Montemor, passou, por sua vez, a jaqueta ao novo cabo, Paulo Vacas de Carvalho.
A tradição da passagem de testemunho, na arena dourada de Montemor-o-Novo, continuou e assim tem sido até aos dias de hoje. Paulo Vacas de Carvalho, em 7 de Setembro de 1997, passou de novo a chefia a Rodrigo Corrêa de Sá, o 8º Cabo de Montemor que comandou os destinos do Grupo por 10 anos.
Em Setembro de 2007 José Maria Cortes assume o comando dos Montemorenses que capitaneou até 2013. A 27 de Junho desse ano o Zé Maria perde a vida de forma trágica que abalou toda a Tauromaquia e a Família de Montemor. Cresceu e viveu entre nós, aprendeu a ser Forcado e foi o melhor. O seu à vontade, a forma como citava o toiro, a confiança que transmitia e a liderança que impôs fizeram do Zé Maria, O Forcado de Montemor. Sempre o lembrare-mos.
António Vacas de Carvalho veste de forma emotiva e transmitida por João Cortes a jaqueta de Cabo no dia 1 de Setembro de 2013. É hoje o 10 Cabo da história do Grupo de Montemor e o responsável por manter bem vivo este ambiente singular e inesquecível.
Tendo como Madrinha a Nossa Sra. da Visitação, padroeira da cidade, estes dez cabos tiveram sempre sob sua chefia, jovens valorosos que, com a sua arte, valentia, espírito de entreajuda, sacrifícios sem limite e uma sã amizade, contribuíram para dar continuidade ao Grupo e colocá-lo na primeira fila dos Forcados Portugueses.
Arriscando a vida, sofrendo algumas colhidas bastante graves, que deixaram marcas, mas que tornam o espírito único e que fazem com que exista um nunca mais acabar de parentescos a envergarem a jaqueta do Grupo. Mesmos sem os laços de sangue, a amizade profunda que liga aqueles que algum dia, fizeram parte desta comunidade de bravos, estará presente para sempre.
Quem não recorda momentos grandes passados nas arenas de Portugal, Espanha, França, Macau, México, Estados Unidos da América, Canadá, Indonésia, Grécia, por esse mundo fora onde a jaqueta das ramagens de Montemor foi sempre dignificada com honra e glória, quer em actuações do Grupo ou dos seus elementos integrados em selecções de forcados.
Alguns já partiram, mas entre nós eles estão sempre presentes, pelos seus feitos na arena, pelas vivências fora dela, pela imensa saudade dos grandes momentos que vivemos em comunhão. As estradas, o mar, a guerra, levaram alguns dos mais jovens, a doença levou outros. Felizmente nenhum morreu na arena.
O perigo não está só lá, frente ao Toiro. Mas é sempre ele, um animal nobre que admiramos e respeitamos. Sem ele, a Festa já tinha terminado.
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HOMENAGEM AOS MAESTROS ANTÓNIO RIBEIRO TELLES E JOÃO SALGUEIRO
A empresa Doses de Bravura anunciou que, em parceria com a Confraria De Nossa Senhora Da Nazaré irá homenagear no início da corrida de este sábado na Nazaré, aos Maestros António Ribeiro Telles e João Salgueiro pela comemoração dos seus 40 e 35 anos de alternativa, respetivamente, tal como o Maestro Luís Rouxinol foi homenageado na temporada passada.
Por baixo vemos uma fotografia de 2012, de Emílio de Jesús, divulgada pela "Doses de Bravura", é da última vez em que António Ribeiro Telles e João Salgueiro tourearam juntos na praça de toiros do Sítio da Nazaré. 11 anos depois voltam a tourear juntos na emblemática praça do Sítio...

TRIBUNA da TAUROMAQUIA

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