TRIBUNA da TAUROMAQUIA
El artículo que nos acompaña en este fin de mes, por parte de nuestra querida colaboradora, la doctora Ester Tereno, no puede ser más atractivo y de más interesante lectura. Nuestra articulista nos sorprende una y otra vez... Lea con calma y disfruten, porque -realmente- lo por ella escrito no tiene desperdicio.
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Globalismo- o inimigo és tu!


Proponho nesta crónica, e mais abaixo, um breve polígrafo, e tranquilos que as respostas estão imediatamente abaixo. 


E é o Campo Pequeno, onde a modernização, e a globalização batem de frente com a tradição!

É o Canal Toros que até prova em contrário, pouco se sabe do que virá em substituição. 

E continuamos a cruzar os braços, como se nada fosse connosco. Um reflexo da sociedade? 

Valha-nos a província para ir mantendo as nossas tradições.

Mas as pessoas parecem resignadas ao facto de que "as coisas devem mudar" sem perceber que a mudança é sempre uma escolha. 

 

Tradições são construídas ao longo do tempo. A modernização acontece de repente. Décadas, séculos, milénios - varridos num piscar de olhos.


E não há nada mais triste e perigoso, que ver que por vezes basta uma geração para perder todo o conhecimento e sabedoria ancestral. Tantos que conhecemos que dos avós apenas sabem o nome das suas terras.


Penso que existe por aí um ditado qualquer, japonês se não estou em erro que diz que se deve honrar o passado, os nossos antepassados, os costumes e as tradições. E que bons que são nisso “nuestros hermanos”, ainda com o Dia de Andalucía fresquinho, onde honram, homenageiam, os seus ilustres e defendem as suas tradições como ninguém. Adoramos ver as suas crianças trajadas a rigor e com orgulho no que são, e às nossas, o que ensinamos?


Já para não falar dos nossos emigrantes, há coisa mais bonita que ver um rancho folclórico português no estrangeiro? Não que seja algo que faça parte da minha herança, mas admiro profundamente quem o faz quando vai para fora. Pena que tenhamos que emigrar para ter orgulho.


Diz Alan Bloom: “A tradição proporciona um contra-peso e a reparação do meramente actual. A presença viva de uma tradição na alma de um homem proporciona-lhe ajuda contra tudo o que é efémero, o tipo de ajuda que só os sábios podem encontrar dentro de si.”


Vamos ao nosso polígrafo em jeito de alerta para os perigos do Globalismo:


- Ainda se queimam livros como na inquisição? 

Falso- Já não se queimam livros, reescrevem-se. Deste modo a censura é mais eficaz, refinada e a recuperação mais difícil. Isto aplica-se aos livros, à História e à ciência. (criminosamente reescreveram os livros de Roald Dahl para eliminar linguagem considerada ofensiva, ou seja, inquisição).


- Somos mais livres agora, que há uns anos atrás.

Falso- Somos altamente censurados pela internet e não só, e altamente controlados em quase tudo o que fazemos.


- Devemos salvar os animais de todo o sofrimento, da caça, das reservas, das touradas.

Falso- Existem ecossistemas que são sustentáveis tais como os conhecemos, alterar estes ciclos, iria desencadear alterações nada simpáticas (têm que existir predadores, reservas para preservar algumas espécies, e touradas pelos touros). E na natureza não existe só felicidade e florzinhas cor-de-rosa, existe crueldade, é mesmo assim.


- Estamos perante uma sociedade de sentimentais, ofendidos, medíocres e agressivos?  

Verdadeiro- Se fizermos uma radiografia desta nova sociedade, com esta ideia de progresso ocidental, sim.


- Ajudo a combater o aquecimento global!

Falso- Segundo a agenda dita progressista, não se pode fazer absolutamente nada, ao nascer, já está a contaminar o planeta, todo o indíviduo é uma ameaça per si. Com apenas “ser”, já é mau. Uma torção da tradição, fazem-nos sentir culpados de tudo.


- Mas eu tenho um carro eléctrico, e diminui o consumo de energia, ajudo sim. 

Falso- Que se pode fazer quando os grandes, India, China, América, etc, nada disto fazem? No Ocidente apregoam que fazemos parte de uma “vontade universal” e como o indivíduo deixa de fazer sentido, acreditando que são agentes morais da cartilha a seguir.


- As gerações mais novas, são mais avançadas porque tratam bem dos animais. 

Falso- Claro, como são possuidores de empatia desmesurada, isto tira-lhes a alma, perdendo-se assim a ideia de comunidade e de união. 


- As sociedades mais prósperas, são as mais progressistas e mais livres.

Falso- As sociedades mais prósperas, com todos os seus problemas, são as que honram e respeitam as suas tradições seculares, a força do conhecimento de séculos, apenas e só.


- A beleza está na modernidade.

Falso- temos abandonado gradualmente o conceito de beleza, nas obras de arte, no vestuário, tudo a bem da simplicidade. Tomemos como exemplo, como o abandono da beleza na arquitectura, pouca adesão à realidade envolvente, o quadrado, a única forma existente agora, depois há apenas variantes. Descaracterizam a envolvente e abstracção com a realidade local. Valha-nos a beleza de algumas praças de touros!


- A minha família era do Ribatejo e ia aos touros, mas eu, como vivo na cidade, já não ligo a nada do que por lá se passa, nem lá vou. Portanto, sou mais evoluído que os que continuam a ir.

Falso- Apenas quer dizer que está a repudiar as suas origens, o que é feio e parvo. A tradição como a “sabedoria colectiva dos meus maiores percursores”, disse Tolstoi.


-Sou mais inteligente porque vejo Netflix, tenho redes sociais e defendo o fim da tortura aos touros.

Falso- Se vê muita Netflix, nada contra, mas não é garantia de inteligência, apenas que vê muito “material woke”, redes sociais são óptimas, quando não bloqueiam conteúdos (censura), mas não substituem o círculo de amigos e família, e são estes que ajudam a manter as tradições. Da tortura, falamos do que fazem aos animais na China? Melhor não, porque com a China ninguém se mete.


Dra. Ester Tereno
Como podem constatar, um “moderadito”, é um tigre com pés de barro, com argumentos muito fáceis de desmontar, mas se continuarmos de braços cruzados nada acontece. Por enquanto, o inimigo és tu, sou eu, somos todos!

Mas ainda acredito profundamente na magia e beleza das pessoas, que tudo isto tem volta a dar neste mundo taurino, etéreo, volátil, carregado de esperança e beleza estratosférica!