“Haja Toiros – Versejando”
O único livro taurino em poesia publicado em Portugal.
Editado pela Tertúlia Tauromáquica Eborense.

tribuna da tauromaquia
Interesante análisis del profesor João Marafuga, sobre el libro "Haja Toiros - Versejando", recientemente publicado por la Tertúlia Tauromáquica Eborense. Dice así :

Neste meu curto comentário, a obra poética de Manuel Peralta Godinho e Cunha, HAJA TOIROS - VERSEJANDO, está entre dois postes da nossa Literatura, a saber, Camões e Sophia de Mello Breyner Andresen.
Os modelos de Manuel Peralta não são propriamente os clássicos.
O nosso amigo e aficionado (matriz volitiva) não é Camões, mas fez uma obra épica: se aquele vate cantou «...o peito ilustre lusitano...», quer dizer, os portugueses, o Manuel canta a Festa Brava, erguendo o "nós" (cavaleiros, forcados, peões de brega, campinos...) a objecto da sua gesta por oposição ao "eu" (sentimentos pessoais do poeta) que impera na lírica.
O Manuel não metrifica uniformemente os seus versos, embora cultive a rima, geralmente emparelhada, consagrada por Camões nos últimos dois versos de cada estância em OS LUSÍADAS.
Dir-me-ão: o Manuel o que faz é poesia livre porque não se sujeita à métrica e distribuição dos acentos.
Não! Não é poesia livre o que faz o Manuel. Essa fá-la, por exemplo, Sophia de Mello Breyner Andresen, cujos poemas, quando recorrem à rima, empregam-na mais acidentalmente que em distribuição regular.
Mas se virmos bem, encontraremos num poema de Sophia, entre versos curtos e longos, um decassílabo perfeitíssimo como este: «... E erguer a negra exactidão da cruz...» ("Ressurgiremos"/LIVRO SEXTO).
O mesmo faz o Manuel.
Abro o livro do Manuel ao meio, deparo com o poema intitulado "López Chaves" (pág. 129) e logo descubro dois decassílabos tecnicamente tão perfeitos como o da Sophia: «No capote repete sem brandura» e «Aroma dum toureiro de primor»
Em resumo, a obra de Manuel Peralta é uma epopeia do universo tauromáquico e tem, pelo arrojo, o seu lugar pioneiro no contexto da Literatura Portuguesa.