Nova ONG já!

Um artigo da Dra. Ester Tereno

... Mas não é justo que exista uma para os taurinos? Sofremos ataques e ofensas, a nossa integridade é posta em causa e ninguém nos defende?... 

Quando pensamos que o ridículo e o absurdo têm limites, eis que surge a votação do IVA da tauromaquia a confirmar Einstein; o universo e a estupidez são infinitos. Como disse e bem o caro Eugenio Eiroa, um bilhete para uma ópera sobre a vida de um toureiro leva IVA a 6%, e uma corrida de touros real, a 23%... Está tudo certo! É que não aprendemos nada com os nossos queridos e admirados Franceses, eles sim, sabem defender a sua Tauromaquia à séria!


E por tudo isto, e mais alguma coisa, proponho hoje: "Uma ONG que atenda pessoas de um sector que parece não existir, aquelas que sofrem as consequências do fanatismo anti-taurino".

E porque estamos em pleno espírito Natalício, e porque ajudar é sempre bem visto, e porque não existe e faz falta! As pessoas que ajudam o próximo, antes eram filantropos, hoje são conhecidos como ONGs, e existem mais de 20.000 organizações deste tipo registadas em Portugal, em Espanha, etc. 

Diante de tão elevados números, se as há e muitas, com milhões em orçamentos dedicados, não é legítimo que eu sugira uma ONG para tratar do que ninguém tratou ainda? E está tudo certo, em certa medida, claro que existem ONGs, muitas, que se encarregam de ajudar realmente pessoas e animais em necessidade e que fazem um trabalho sem preço. Mas não é justo que exista uma para os taurinos? Sofremos ataques e ofensas, a nossa integridade é posta em causa e ninguém nos defende? E mais, para os profissionais da área, que tanta dificuldade passam para manter tudo isto, que estão “aflitos”, ele é a crise, inflação, pandemia, etc.? Todos estes precisam de ajuda!

Já a todos cancelaram vídeos de touros, já sofremos linchamentos mediáticos. Por vezes, vemo-nos tentados a não dizer certas coisas, o que pensamos, o que sentimos, sabendo que são verdade e que ajudam no conhecimento, apenas porque podem ofender os demais.

Estamos numa sociedade onde se vangloria a liberdade de expressão, desde que não se tenha opinião, isso é que não!

Mas é precisamente neste dilema que se vê se o homem se agarra à sua liberdade com unhas e dentes, ou não. 

A liberdade só é preservada quando é posta em perigo.

E pensem, até era uma forma inovadora de turismo, já que está na moda ir de voluntariado para auto-promoção e para uma selfie bem fofinha, este seria mais um “nicho” apetecível e pitoresco, ir aos nossos “santuários” em defesa dos necessitados!

Falo de pessoas muito diferentes umas das outras, mas que compartilham uma característica. Todos eles sofrem os danos causados ​​pelos ataques descontrolados à tauromaquia, à nossa forma de viver. 

Em resposta ao apelo para ser generoso, aqui ofereço esta ideia gratuitamente a crentes e não crentes, ricos e menos ricos, mulheres e homens: é urgente criar uma, duas, cem ONGs para ajudar todos estes grupos afectados. Provavelmente Bill Gates não financiará nada disto, não é popular; e provavelmente serão inundados com todos os tipos de insultos, porque os problemas que vão tentar resolver, para muitos, são inexistentes; mesmo assim, devem ser criadas. Os governos provavelmente não lhes darão quase nenhum subsídio; mesmo assim, elas devem ser criadas. E esta falta de subsídios fará delas, de facto, as ONGs que melhor fazem jus ao seu nome, lembremos que o N e o G nestas siglas significam "não-governamentais", incrível não?

Tudo resulta do facto de os fundamentos da sociedade como os conhecíamos, estarem a desmoronar-se, a fé na existência da verdade que nos vem dos gregos também, perdemos ainda “a ideia de progresso”. O anúncio de catástrofes climáticas, pandemias, a destruição progressiva da classe média, a falta de um futuro promissor para nossos jovens... O progresso é apenas um fantasma para muitos, não como algo que evolui para um fim melhor.

Finalmente, apagou-se a fé na dignidade do ser humano, deixou de ter valor absoluto por si mesmo, mas apenas o valor que os outros e o Estado lhes dão. 

A sua vida vale tanto quanto alguns políticos dizem que vale. Por exemplo, as leis da eutanásia são um bom exemplo: se for uma pessoa saudável e produtiva, está tudo bem, diz o Estado. Agora, se tiver problemas de saúde e já alguma idade, torna-se numa grande despesa, e não é bom continuar a andar por cá. É duro, não é? Mas assim estamos, nos animais é que ninguém pode tocar!

Aparece uma nova forma de paganismo. Pouco a pouco a Mãe Natureza transforma-se numa nova deusa que exige sacrifícios (vamos reduzir a população, reduzir pegadas, vamo-nos empobrecer para não prejudicar o meio ambiente). O nosso mundo actual torna-se sagrado e exige que paguemos um preço por ele. O ser humano deixou de ser especial, apenas mais um animal, e pior, é até destrutivo e contaminante nesta Natureza sagrada. E como tal merece ser tratado, tal é o disparate!

A verdade é que, assim como existem traidores claro, também existem aliados inesperados nesta batalha. Não apenas taurinos, mas também não taurinos, que perante tamanha estupidez e fanatismo, estão dispostos a manter esta maravilhosa criação que tem sido a tauromaquia. Porque preferem uma sociedade com os valores certos. Porque querem preservar o apreço grego pela verdade, o respeito romano pela solidez jurídica, a convicção do imenso valor de cada indivíduo. E sabem que isso deve estar refletido nas leis, nas instituições, nas forças públicas. Não em meros sonhos.

Não é a pureza, mas a bravura que salva uma civilização.

E a bravura não é de pobres. E pobres não são os homens, são os costumes, os vícios e as paixões. Pobres são as instituições e, sobretudo, o medo. E o medo é uma forma de pobreza.


Valham-nos as homenagens a Homens maiores que nós, aos que trabalham por um bem maior sem pretensões e sem medos, ao querido e saudoso Rui Casqueiro, a Alma da Tertúlia Festa Brava, que na passada semana atribuiu os seus prémios de temporada. Sempre um senhor, de refinamento e naturalidade distinta, despretensiosa, ao contrário do modelo que parece prevalecer hoje, do embrutecimento grosseiro em todas os aspectos da vida.


E o orgulho nos prémios que os “nossos” Portugueses têm recebido? Grandes, contra todas as probabilidades, “marram” e vencem, Juanito, João Pedro “O Açoriano”, João Ferreira, etc. Haja esperança!


Repetimos argumentos de sempre, porque nunca é demais justificar a nossa nova ONG: 

A tauromaquia é arte! Se se tratasse de tortura apenas, o toureiro sairia à arena com uma espingarda! Aliás, não se conhecem casos em que um torturador arrisque a vida, coisa que acontece ao toureiro cada vez que entra na praça, iria de armadura e não a peito aberto, e o touro seria amarrado sem direito de defesa. 

O desprezo à tauromaquia não está no vão sentimentalismo animalista do que se crê civilizado, é um desprezo profundo e obscuro à liberdade do que vive alegremente a sua afición. 


Defendamos estes com unhas e dentes, uma ONG taurina já!

... "Já a todos cancelaram vídeos de touros, já sofremos linchamentos mediáticos. Por vezes, vemo-nos tentados a não dizer certas coisas, o que pensamos, o que sentimos, sabendo que são verdade e que ajudam no conhecimento, apenas porque podem ofender os demais. Estamos numa sociedade onde se vangloria a liberdade de expressão, desde que não se tenha opinião, isso é que não!..."