Experiência realizada durante o Colete Encarnado, em Vila Franca de Xira, fez a diferença, salvou vidas e hoje tem um importante papel nos bastidores a acudir a quem precisa durante as esperas de toiros onde o perigo está sempre à espreita.

Quem hoje arrisca a vida nas ruas de Vila Franca de Xira a brincar com os toiros pode fazê-lo com maior paz de espírito sabendo que há uma equipa médica permanente para acudir aos feridos graves.

A ideia, experimental, foi introduzida no último Colete Encarnado em Julho e o balanço foi imediatamente positivo: 45 feridos mas a maioria sem gravidade graças a uma intervenção rápida da equipa que O MIRANTE foi conhecer durante as esperas da Feira de Outubro e que é composta por bombeiros, elementos da Protecção Civil Municipal, enfermeiros e um médico. Em Julho um homem que ficou ferido no pescoço junto à praça de toiros salvou-se graças à prontidão da equipa que o estabilizou no local antes de ir para o hospital. Não se estranha, por isso, que o município tenha voltado a apostar nesta equipa médica para as esperas da Feira de Outubro.

“Nós fazemos o suporte avançado e a estabilização da vítima num momento que é critico e desta forma conseguimos socorrer quem mais precisa o mais rápido possível e por isso acredito que a nossa presença é muito importante neste tipo de eventos”, explica a O MIRANTE Paulo Rita, enfermeiro, que fez parte da equipa que esteve em permanência nas esperas. Afecto há duas décadas à viatura médica de emergência e reanimação do INEM, considera que a sua experiência com casos graves foi uma mais-valia para a equipa. Vítimas cortadas e politraumatizadas são os casos mais frequentes mas também os mais graves. Não se arrepende da profissão que escolheu mas não deixa de lamentar as condições de trabalho e de vencimento que nos últimos tempos têm vindo a piorar. “Nem sempre o retorno daquilo que fazemos é o que realmente merecemos. Precisamos ser mais valorizados, tanto pelos doentes, pelas chefias e principalmente pelo Estado”, acrescenta.

António Carvalho é da Póvoa de Santa Iria, bombeiro há 30 anos, comandante da corporação e Coordenador Municipal da Protecção Civil de Vila Franca de Xira, cargo que confessa ser “uma simbiose perfeita”. Dar apoio às esperas é um trabalho desafiante mas gratificante. “Elaboramos anualmente um Plano Prévio de Intervenção, juntamente com outras entidades envolvidas como a polícia, onde inserimos tudo o que é necessário para a protecção e socorro das pessoas que visitam a feira, desde o Salão de Artesanato às esperas de toiros”, explica.

* Notícia desenvolvida na edição impressa de O MIRANTE, o maior e melhor jornal regional de Portugal