tribuna da tauromaquia by JAIME M. AMANTE.

A Revolução Bolivariana foi fundada com base na luta de classes, na xenofobia, no racismo e principalmente num enorme ódio a Espanha.
Para os novos revolucionários, a conquista da América pelos espanhóis e a manutenção de usos e costumes ibéricos, aparece como um gesto de subjugação dolorosa dos povos indígenas, "manchados com o sangue do genocídio causado pelos espanhóis".
Esta é a principal razão e "motivo suficiente" para perseguir a herança hispânica em uma falsa defesa da cultura pré-colombiana.
A Espanha é culpada da miséria eterna, a sua cultura religiosa não é mais que "uma formula de submissão dos povos locais à escravidão e a uma cultura que não é a original".

Segundo os novos revolucionários, foi, é... e será necessário apagar da face do Continente Sul-Americano todos os traços de identidade, que se identifiquem com a conquista e presença da Hispanidade.
A Tauromaquia é uma das características mais hispânicas que a América herdou “dos seus colonizadores” e tinha, e "têm que ser aniquilada nas suas raízes".
Esta doutrina Bolivariana já fez escola no Equador e continua o seu trajecto por todos os países taurinos latino-americanos.
A Colômbia poderá ser o próximo país - cujo novo presidente é um fiel seguidor da doutrina de Hugo Chaves.

As corridas não foram proibidas, na Venezuela, mas “a guarda pretoriana” de Maduro persegue jornalista taurinos, fecha escolas taurinas, retira dos meios de comunicação social qualquer referência à Tauromaquia, deixa ao abandono e à pilhagem, as principais praças de toiros do país, e a nível autárquico tenta proibir todas as iniciativas anunciadas.
Uma reforma agrária sem precedentes, quase fez desaparecer, um rico historial ganadeiro nestes últimos vinte anos.

Em 1992, data do início da Revolução Bolivariana, realizaram em toda a Venezuela mais de 250 corridas de toiros. Em 2021 conseguiram-se realizar menos de dez corridas de toiros.
Em 1992 estavam inscritas na Associação de Criadores de Touros de Lide da Venezuela, trinta ganadarias. Hoje existem pouco mais de dez.

Mas, há os resistentes. Os que entenden que a cultura de um povo não pode ser marginalizada por uma política de terra-queimada.
É o caso da Cidade de Tovar (Mérida) e do seu Presidente de Câmara.
A bonita cidade andina conhecida como, “La Ciudad Taurina de Venezuela”, situada na Região dos Andes da Venezuela, com a sua peculiar Praça de Toiros “Coliseo Arq. Claudio Corredor Müller”, cumpriu este ano o seu 30º aniversário no próximo domingo, 11 de Setembro, integrado na Tradicional Feira em honra da Nª Senhora “La Virgen de Regla”, este ano cumprindo a sua 179º edição.

E os toiros voltaram a Tovar…

1ª Corrida de Feira - 5ª-feira, 8 de Setembro de 2022
Meia casa forte.
Oito toiros de Los Ramírez, bem apresentados, complicados e com várias condições de lide. Corrida com toiros a cumprir os cinco anos.
Curro Ramírez, Silêncio e silêncio.
David Galván, Silêncio e orelha
Román, Silêncio e palmas
Jesus Enrique “Colombo”, Palmas e orelha

2ª Corrida de Feira - 6ª-feira, 9 de Setembro 2022.

Meia - praça
7 Toiros de Juan Campolargo : bem apresentados e com extraordinárias condições de lide.
Francisco Javier Rodrigues (rejoneador): silencio
Marcos Peña "el Pino": orelha, orelha.
José Garrido: orelha, duas orelhas
Francisco de Manuel: duas orelhas, palmas

3ª Corrida de Feira - Sábado, 10 de Setembro 2022.

Meia praça forte
6 Toiros de El Capiro de Sonson. Extraordinária corrida no seu conjunto com indulto ao lidado em 5º lugar
Curro Díaz, Orelha, orelha
Miguel Angel Perera, Orelha e duas orelhas simbólicas por indulto
Rafael Orellana, Duas orelhas e duas orelhas
Saída em ombros dos três diestro juntamente com o ganadeiro Dayro Chica.

4ª Corrida de Feira - Domingo 11 de Setembro. 2022. Corrida de Aniversário e última de Feira
6 Toiros de Rancho Grande e El Prado e um sobrero de El Capiro
Miguel Angel Perera, Silêncio, silêncio e palmas (ofereceu o sobrero)
Diego Silveti, Orelha e palmas
Fabio Castañeda, Palmas e orelha