Paulo Brazuna, cavaleiro portugués de alternativa, muy considerado en los medios taurinos españoles. Fotos del ayer (izquierda) al hoy de este taurino importante que habla claro...




Paulo Brazuna es un cavaleiro que, para abrirse camino importante, tuvo que emigrar a España donde acabó afincándose. Una lesión complicada acabó por retirarle de los ruedos. Brazuna sigue muy de cerca actualmente la actualidad taurina tanto de España como de Portugal y, además de amigo del Club de la tribuna da tauromaquia, es participante con frecuencia en tertulias y debates en las redes sociales. Hace unas horas que aportaba interesantes opiniones sobre el estado de la Tauromaquia en Portugal y muy especialmente sobre el llamado Toreo a Caballo y los "circuitos cerrados" existentes que impiden -tarde o temprano- que emerjan figuras de interés, si los cavaleiros con buenas aptitudes para triunfar no tienen padrinos, o no pertenecen a las llamadas "Dinastias"...

Centrando el tema...
"Resulta que na minha época de novel cavaleiro havia uma baralha de jovens practicantes no circuito nacional que eram extraordinários, jovens com uma projeção espectacular para haverem sido gente importante no mundo taurino. Aqueles anos dos 80 foram um autêntico viveiro de excelentes cavaleiros e logo nos 90 também apareceram uns quantos jovens muito destacados..."

Pormenorizando :  

"Posso nomear aqui, alguns dos que me recordo, que tinham um ambiente extraordinário e que ganhávam os contratos tarde pós tarde... :
Afonso Correia Lopes
Joaquim Verissimo
Carolino dos Santos
Luis Cruz
Zé Paulo
João Luis Infante
Carlos Arruda
Rui Rosado
Coxicho
Zé Prates
Um servidor...
Posteriormente, também :
Pedro Franco
Alexandro Gaspar
Miguel Garcia
Os irmãos Travessa
João Paulo 
e ainda outros quantos, aos quais peço desculpa, mas não me recordo agora os nomes pois radiqueime em Espanha após a confirmação da alternativa no Campo Pequeno e perdi o contacto assiduo com o panorama nacional portugués.
De todos os nomeados apenas Rouxinol com um esforço sobre-humano e o enorme apoio incondicional do Sr. Mario Freire -que o foi anunciando em numerosos cartéis- logrou permanecer no escalafón e chegar a ser quem é hoje : uma figura em Portugal; e o outro foi um servidor, mas tendo que fazer carreira em Espanha durante uns quantos anos até ao momento do retiro obrigatório devido a uma forte lesão..."

Señalando los por qué... : 

"A grande maioria teve que abandonar a profissão devido ao sistema putrefacto que existe em Portugal; não te queriam contratar, não pertencias á "família"; não tinhamos "pedigree"; encima andávamos bem, todos bem montados e dando cartas, mas... quase todos tiveram que abandonar por aborrecimento e ver que as oportunidades não chegavam... e quando chegavam que não se te ocurra ser triunfador senão "a família" excomungate...
No outro dia, um amigo bandarilheiro retirado dizia-me que as "Dinastias" permanecen e que os outros não podiamos funcionar porque não seguiamos os bons conselhos... Não será casualidade que todos os nomeados -incluindo um servidor- andavamos todos mal aconselhados e durante tantos anos... ou é que realmente "o sistema" segue sendo exactamente o que era há quarenta anos atrás e aqui... só funcionas se levas contigo um bom "pedigree"?.
Será que os "bons conselhos" consistem em pagar por tourear?"

Pormenorizando con detalles... : 

"Um colega deste meu amigo, que era o representante legal de uma casa muito taurina deste país, no ano seguinte após eu tomar a alternativa em Vila Franca de Xira e ter quase enchido o aforo da praça com todos os meus conterrâneos da zona saloia -num dia chuvoso-, ofereceu-me tourear novamente mas a troco de comprar quinhentos mil escudos em entradas, sabendo perfeitamente o ambiente que tinha e os dinheiros que me havia pagado a anterior empresa do Sr. João das areias..."

Y concluyendo de modo rotundo :

"Com tudo isto quero dizer que Portugal é um país de “Pompa”; que a festa taurina é de 4 ou 5 famílias... Temos um exemplo maiúsculo, quando no ano 85 anunciam a João Salgueiro -um amador que não havia toureado em parte nenhuma- em Vila Franca de Xira e, no dia seguinte, creio que em Figueira da Foz numa televisada... Isso foi o maior descaro das empresas taurinas da época e uma falta de respeito e consideração por todos os jovens cavaleiros que tinham méritos sobrados; esse é o maior exemplo do putrefacto sistema taurino português... Passaram quase quarenta anos e a coisa está igual, os mesmos apelidos e os outros todos "mal aconselhados"...
Agora, com todos esses apelidos ilustres, estão implorando que o público acuda ás praças para que não fechem os tauródromos; parece que não é rentável!
A minha pergunta então é a seguinte : andamos todos equivocados e "mal aconselhados"... ou é que a coisa tem que se reorganizar por completo para salvar o Portugal das touradas?."

Brazuna, despuntó en Portugal desde el primer día...





".... os taurinos somos o grande mal da Festa e quando queiram estou disposto a explicar mais detalhadamente diante dos microfones..."

Post Scriptum)  Con posterioridad a esto anterior y que publicamos en la portada de la edición del 27 de julio de la tribuna da tauromaquia, Paulo Brazuna aún nos aportó algunos apuntes complementarios que no tienen desperdicio y que ahora aquí situamos a modo de complemento a lo anterior...

No fue fácil el comienzo en España una vez que se vio obligado a dejar Portugal porque "el sistema" le cerraba allí las puertas pese a su valía... :
"No principio da minha carreira em Espanha a coisa não foi fácil, apenas me conheciam e havia que ganharse os contratos; os dinheiros não eram muitos e passei um calvário mas a minha gente (quadrilha e cocheiros) sempre tratados de categoria como deve de ser; quem queria ser Toureiro era eu e tinhas que dar exemplo, isso foram os valores que me incalcaram desde pequeno tanto dos meus pais como de José Mestre Batista, a pessoa a qual devo a minha aprendizagem.
Sempre estive ahi e estarei dentro das minhas possibilidades para aqueles que como eu tiveram a ilusão de querer ser alguém no Toureio. Por graça ou por desgraça também conheci toda a mafia que gira alredor do mundo taurino; também conheço gente muito boa ao qual estarei eternamente agradecido em Portugal e que sempre estiveram ahi tanto para min como para um filho que quis ser novilheiro e actualmente é bandarilheiro".
Sobre las actitudes de determinados ganaderos en Portugal para con su hijo :
"Existem três ou quatro ganadeiros que sempre tiveram o detalhe de abrir as portas ao miúdo e propocionarlhe algumas becerras, como é o caso de Diogo Passanha, Joaquim Alves (Pinto Barreiros), Jorge de Carvalho, Pontes Dias e um amigo picador de touros, Simão Neves, que teve o detalhe de darle uma quantidade de bezerras o qual estou-lhes muito agradecido; o resto foram tudo pamplinas, toquei a todas as portas e a resposta foi sempre a mesma, muito ao estilo português, gente super educada, jamais te dizem que não, mas não te dizem quando… "ligame mais tarde; deixame o teu número; a tenta ainda não sabemos quando a fazemos; as vacas estão magras; o meu filho é o que leva a ganaderia; as vacas são para treinar os cavalos; somos varios cavaleiros em casa e apenas temos vacas; o Ferrera não quer tapias; aqui em casa so tentam matadores, mas venha e logo veremos; depende do estado como fiquem as vacas; tenho duzentos a pedirme vacas (não creio que existam tantos que queiram ser toureiros em Portugal)...". 
La promesa final de que, conocedor de lo que conoce, no se callará... :
"Deixemos a coisa por ahi; não quero alargarme porque teria aqui uma lista incalculável; esta é a festa que temos e com taurinos como estes não nos podemos queixar dos pobres que vão para as portas do Campo Pequeno porque somos mil vezes piores que eles; nós os taurinos somos o grande mal da festa e quando queiram estou disposto a explicar mais detalhadamente diante dos microfones... Não lhes devo nada, se sou alguém foi graças ao meu esforço e do apoio da minha família, eles foram os que estiveram sempre aí!. Um forte abraço a todos os que ainda são aficionados de verdade."