Jose Miguel Arroyo, Joselito, brindando un toro a García Márquez

Nuevo artículo de la doctora Ester Tereno, en la TRIBUNA da TAUROMAQUIA. Interesantes siempre sus puntos de vista, este a modo de original brindis-balance nos deja subrayados de mucho interés. Pasen y lean...

Brindemos!

Em jeito de balanço de final de ano (não o sendo), aqui como na arena da praça, façamos brindes, como fazem os toureiros àqueles que os merecem!

Brindemos em primeiro lugar pela honra e por tudo o que devemos a todos e a todas as famílias de Portugal que vivem por e para o toro de lide, que vivem da tauromaquia.

Logo nesta época, em que muito se fala de família e da sua importância. Para muitos um conceito em desuso. Mas nós sabemos até demais o valor desta na união, passagem de tradições e valores. E não o queiram destruir. Mais, algum especialista que não eu, um dia disse “os rituais, as tradições, cumprem uma função importante na nossa organização pessoal. Permitem-nos pontuar a passagem do tempo, (re)encontrar uma linha estruturante de vida e, sentirmo-nos parte de um todo”.

Em segundo lugar, brindemos agradecidos a todos os que por toda a esfera taurina, durante estes tempos estranhos, colocam a muleta na mão para tourear a pandemia e dificuldades e restrições e nos brindam com corridas. Mais, a todos os toureiros que por alguma razão, já não estão, obrigada por tanto que nos deram. Aos que, frente a tanta dificuldade, se reinventaram, e nos deram tardes de toureio inesquecíveis, va por ustedes, verdadeiros heróis!

Infelizmente, muitos hoje, associam o ancestral ao primitivo, e não ao heroico. Com esperança num progresso cada vez mais sombrio, são forçados a ver o passado com desdém e o futuro como promessa. Por esse motivo, os touros estão em risco. Uma corrida de touros, torna-se, hoje em dia, um acto de dignidade, um código de conduta moral e alérgico à cobardia disfarçada de civilização.

Regressando aos brindes, a todos os que toureiam a intolerância no tendido dos extremistas, protegendo, fomentando e ajudando a tauromaquia na nossa comunidade, brindemos também à sensata e culta tolerância dos que formam parte da política, capazes de amar e entender a cultura sem atender a usos e aproveitamentos políticos. A todos os que o fazem, sem sentir de verdade, sem ser genuíno, provavelmente o melhor será que reconsiderem a vossa postura de ascensão, porque que a vossa postura en el ruedo vos pode custar uma cornada.

Como a todos os que se dão ao trabalho de minar a festa por dentro, com tricas e tonterias, melhor seria juntarem-se ao tendido da nova extrema e estranha facção animalista, com as suas pretensões de proibição encobertas contra a tauromaquia.

Logo estes, que poderiam ser vistos como papagaios, leem, falam, e imitam. Do seu raciocínio não podemos mais esperar algo maior, apenas fórmulas moralistas que escondem a profunda crise de imaginação que os atormenta. A bravura, caros amigos, é o segredo que garante os valores certos na sociedade de hoje. Bravura, garra, coragem, temperança junto com determinação, são as alegrias que a antiguidade fez a humanidade herdar e que são o motor do refinamento da nossa evolução.

Para nosso infortúnio, parecem hoje privados da fórmula da coragem e, qualquer acontecimento lhe aparece de forma apocalíptica. Será curioso perceber que nenhum toureiro se “encolheu” diante da pandemia. E não porque o mundo taurino esteja em conflito com a ciência. Em absoluto. O que está em conflito é a cobardia, o desejo de sobreviver a todo o custo, o medo da morte impresso em cada suspiro. Aterrorizados com a ideia de terem que enfrentar os meandros do destino, a corrida de touros é apresentada como uma acção arriscada que abala a sua feliz letargia.

Entramos em curto e a direito, tudo o que pedimos é que se cumpram as leis, toda uma demanda de tolerância e justiça social, teremos que os recordar que a tauromaquia é Património Cultural, em várias localidades de Portugal, o que nos obriga a conservá-la e protegê-la. A tauromaquia deve ser respeitada e protegida pelos poderes públicos para garantir que os portugueses possam continuar a exercer a sua liberdade, já sabemos, mas a união, aquela que vem de dentro, não tem preço e é invencível!

Fim de Ano ou não, somos rituais, tradições, sentimento de pertença e partilha, e nisto meus amigos, nisto, só a Tauromaquia cumpre todos os requisitos. Amar é teimar, e nós amamos a Tauromaquia! 

Vamos acreditar 2022, será o ano em que a nossa tauromaquia se afirme como nunca! 

Corações em riste e um Bom Ano Taurino a todos!

Ester Tereno