El veterano y muy acreditado periodista português, Miguel Sousa Tavares -desde su punto de vista de veterano curtido en mil batallas- escribe en la última edición del semanário Expresso, un artículo que no tiene desperdicio sobre la realidad del polémico partido animalista PAN que, entre otras lindezas pretende acabar con la Tauromaquia en Portugal.

Sousa Tavares no se anda por las ramas y, entre otras cosas, en su extenso e impactante artículo -que por si solo justifica la compra del semanário "Expresso"-, dice :

"...fiquei de tal maneira assustado que me vejo forçado a escrever isto, preto no branco: este partido é perigoso. E é perigoso por três razões: porque são perigosas as suas ideias, fruto de um misto de ignorância, fanatismo e intolerância; porque o seu discurso e o seu método de arregimentação de fiéis, assente na demagogia e na sedução do submundo urbano e ignaro das redes sociais, lhe garante um futuro, infeliz e fatalmente, auspicioso, e, finalmente, porque a sobrevivência do actual poder socialista, anualmente dependente de um leilão de feira sem sombra de grandeza ou de verdadeiro interesse público, lhe assegura uma importância e influência que chega a ser pornográfica quando contrapomos os 174 mil votos do PAN aos 1.980.400 do PS".

Y sigue diciendo Sousa Tavares : 

"...A primeira coisa que nos devia assustar no PAN é que é um partido que, antes de tudo, adora proibir.... O PAN não quer convencer, quer proibir quem não consegue convencer.
Não quer entender outros modos de vida, quer bani-los. Não quer sequer fazer um esforço para conviver com outras culturas ou tradições, respeitar os hábitos de vida e os prazeres de vida das populações locais, quer varrê-los por lei do Parlamento ou alínea do Orçamento..."

"... é fácil aos demagogos do PAN conquistar adeptos entre uma população urbana que desconhece tudo sobre o campo ... no PAN ... : são todos, sobretudo os dirigentes, forçosamente vegans — comem soja, curgetes, cogumelos e pasta de dentes...."

"...Ironia e compaixão — eis tudo que está ausente do discurso e do projecto político do PAN. O PAN nasceu apenas como partido animalista — essa era a sua única causa e matriz, o partido dos donos dos cães e gatos de companhia vivendo nas marquises das cidades e indo mijar à rua embrulhados em fatinhos de flanela. Depois, na segunda eleição a que concorreu, o PAN percebeu que podia alargar o seu espectro de aderentes declarando-se também partido ambientalista..."

"...O PAN já conseguiu acabar com os animais nos circos, que fizeram maravilhar-se gerações de crianças e que em muitas vilas e aldeias do país eram a única possibilidade de as crianças verem ao vivo animais que só conheciam dos livros. Condenou à morte e ao desemprego companhias familiares
de circo, cujas histórias inspiraram romances, e extinguiu uma arte e uma profissão, a dos amestradores, onde existia uma relação única entre os homens e os animais. E gaba-se disso...."

"O PAN está a caminho de banir as touradas, de condenar milhares de pessoas que vivem disso ao desemprego, centenas de milhares de aficionados à clandestinidade ou aos pogroms como o do Campo Pequeno, ameaçados e insultados como assassinos, e, no final, condenar os próprios touros bravos à extinção da raça, porque inúteis. E gaba-se disso...."

"O PAN quer proibir a caça (embora, para já, apenas proponha uma lei em que, por exemplo, os cães devem caçar presos por uma trela e açaimados — o que revela a escabrosa ignorância que eles têm sobre o que seja uma caçada ou um cão de caça). De caminho, e como não podem proibir os animais de se caçarem uns aos outros — pois essa é a lei da natureza—e como o homem é o último elo da cadeia de caçadores, restarão apenas a raposa e o javali, que extinguirão todas as outras espécies. E extinguir-se-ão as raças de cães de caça, também tornadas inúteis, e extinguir-se-á uma das poucas actividades, sociais e económicas, que ainda dá algum emprego, algum prazer e algum sentido aos que vivem no interior e no mundo rural..."

"E o PAN também quer proibir a pesca desportiva, para evitar o sofrimento dos peixes.
Pela mesma ordem de razões, em breve estará a propor a proibição da matança tradicional do porco, da galinha de cabidela, da venda de mariscos vivos e da pesca profissional..."

"...Um partido, dito animalista, cujo fanatismo e ignorância podem conduzir à extinção de espécies animais e ao empobrecimento do mundo rural, podem afastar as pessoas da natureza como ela é, tornar as suas vidas mais pobres e mais tristes, é um partido perigoso".