El gran taurino que es Joaquim Murteira Correia, otro de los grandes amigos de la TRIBUNA da TAUROMAQUIA IBÉRICA, nos ilustraba en este viernes que atrás queda, con la re-lectura (que nunca cansa) de la biografía del super-cavaleiro que fue el saudoso José Mestre Batista. Nos decía Murteira Correia :

Texto Biografia da autoria do Senhor António Velez, sobre a que para mim foi, A MAIOR FIGURA do TOUREIO a CAVALO dos últimos 60 anos!...

MESTRE JOSÉ MESTRE BAPTISTA !
A que impôs a verdade e seriedade no Toureio a Cavalo, toureando de frente, de poder a poder, dando todas as vantagens aos touros, nunca usando batidas ao piton contrário, e muito menos, as martingalas dos ladeios desnecessários e outras coisas mais...
Os touros pesam é pela frente e nunca por de trás!...
JOSÉ MESTRE BATISTA,
FIGURA MUNDIAL DO TOUREIO A CAVALO
30 de Maio de 1940 – 17 de Fevereiro de 1985
José Mestre Batista, nasceu a 30 de Maio de 1940 no monte do Bonical, freguesia de São Marcos do Campo e concelho de Reguengos de Monsaraz.
Desde criança que demonstrou o grande desejo de vir a ser cavaleiro tauromáquico e um burro foi a primeira montada que serviu para simular lides na fértil imaginação de uma criança .
O fascínio pelos cavalos e pelo toureio desviavam todo o foco que devia ter nos estudos, cumprindo com algum esforço as mais elementares bases escolares .
Aos doze anos de idade teve a primeira montada, o “Ideal”, cavalo com o ferro de seu pai e com o qual começou a tourear apenas baseado na sua intuição e talento natural, visto não ter frequentado qualquer escola de equitação nem existir na família qualquer tradição ligada aos cavalos .
Aos treze anos de idade, fez a sua primeira atuação a cavalo, estreando-se na Praça de Toiros de Mourão, nas Festas de Nossa Senhora das Candeias.
Apoiado por um seu conterrâneo, instala-se em Lisboa, para frequentar a escola de equitação de Mestre Nuno de Oliveira, mas o foco continuava o mesmo, não queria ser equitador, queria ser toureiro.
Depois de fazer quatro anos como cavaleiro tauromáquico amador, José Mestre Batista recebe a alternativa de cavaleiro tauromáquico a 15 de Setembro de 1958 na Praça de Toiros Daniel de Nascimento na Moita do Ribatejo, depois de lhe ter sido reprovado três meses antes a 19 de Julho na Praça de Toiros do Campo Pequeno em Lisboa (a única alternativa recusada em toda a história do toureio a cavalo).
Aprovado, desta vez por unanimidade, José Mestre Batista teve como padrinho D. Francisco Mascarenhas.
A sua primeira corrida como cavaleiro de alternativa foi na Praça de Toiros da Chamusca em Outubro de 1958, sagrando-se triunfador e estreando o famoso cavalo “Forcado”.
A REVOLUÇÃO DO TOUREIO A CAVALO
Apesar de inicialmente ser muito criticado e apelidado por alguns de louco, devido ao risco do toureio frontal que praticava, depressa passou a alternar com cavaleiros de primeira categoria. Aos poucos o público começou a render-se ao seu novo modo de tourear assistindo-se a uma verdadeira revolução no toureio a cavalo.
Arrastando multidões, pisando terrenos até então proibidos que culminavam com os famosos “Ferros á Batista”, instituiu um estilo próprio que veio influenciar a maioria dos cavaleiros das gerações vindouras .
A 10 de Junho de 1962 na Monumental Praça de Toiros Celestino Graça em Santarém, realizou uma magnífica atuação onde José Mestre Batista deu cinco voltas à arena com saída em ombros.
Além do seu estilo de tourear incomparável, a revolução no toureio a cavalo passou também pela alteração no vestuário, tendo adotado o uso casacas mais curtas, leves e ligeiramente cintadas, calções brancos e sem meias a tapar os joelhos. Conservou contudo o uso do tricórnio durante toda a lide.
Na sua carreira José Mestre Batista para além de Portugal, toureou em Luanda (Angola), Lourenço Marques (Moçambique), Macau, Espanha e França.
Apesar do sucesso que o acompanhou, nunca impôs nomes de ganadarias de toiros, nunca exigiu ou recusou alternar com qualquer cavaleiro, toureou em dezenas de festivais e corridas de beneficência e demonstrou sempre extrema sensibilidade aos problemas dos mais necessitados.
Como a maioria dos cavaleiros era um homem de fé e a sua imagem de devoção a Nossa Senhora D’Aires. Na sua igreja em Viana do Alentejo, cuja abóbada e altar mandou restaurar, frequentemente mandava depositar as flores recebidas nas corridas.
José Mestre Batista faleceu de um ataque de asma ( alergia ao pêlo de cavalo), seguido de paragem cardíaca a 17 de Fevereiro de 1985 em Zafra (Espanha) onde se encontrava de férias na companhia de sua mulher e filho e as suas últimas palavras foram : “Valha-me Nossa Senhora D’Aires”.
Foi condecorado a título póstumo, a 24 de Agosto de 1985, pelo Sr. Presidente da República General António Ramalho Eanes, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Na sua terra natal, São Marcos do Campo, em Julho de 2009 a Junta de Freguesia do Campo inaugurou uma estátua equestre de José Mestre Batista, na rotunda da entrada da aldeia.
Em Junho de 2011 a Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz atribuiu á Praça de Toiros de Reguengos de Monsaraz o seu nome.
Em Reguengos de Monsaraz no dia 30 de Maio de 2014, data em que se assinalou o 74º aniversário do nascimento do histórico cavaleiro tauromáquico em S. Marcos do Campo, foi inaugurado o Museu José Mestre Batista, que acolhe o espólio mais relevante de José Mestre Batista.